sábado, 9 de julho de 2011

PRIMEIRAS FARRAS por Cuca


Iniciamos nosso ciclo promiscuo em reuniões na casa do velho Rodolfo, aniversários, em comemorações varias e também às idas a Jaraguá nas tardes e inicio de noite, inclusive acompanhando as putas em seus banhos de mar ao anoitecer na praia da avenida.

Lembro-me de uma deveras complicada; havia uma bicha chamado Reginaldo, que era afamado por trazer um balé de putas escolhidas a dedo, que fazia um roteiro em todo o nordeste; fato muito esperado e desejado por todos os bordéis e freqüentadores, em vista do aumento de freqüência e beleza das meninas que vinham de varias capitais , principalmente cariocas com sua voz característica. Nessas ocasiões, os cachês eram maiores e disputadíssimos.

Aconteceu na Boate São Jorge, em uma tarde, quando eu estava “namorando” com a Baiana , uma biscuit, morena de uns 18 anos, olhos verdes, seios abundantes, pernas perfeitas, que tinha se enrabichado por mim, nessa época com 17 anos. Como as meninas iam desfilar à noite, o Reginaldo chegou aos gritos dizendo que ela deveria descansar em vez de se enxerir com um moleque qualquer, aí não deu outra, apliquei-lhe uma sova que o mesmo baixou de hospital, inclusive, disse-lhe que caso sacaneasse a baiana, eu lhe daria outra surra ainda maior. Surtiu o efeito desejado, pois a partir desse fato o viado ficou com medo e passou a me respeitar, sempre ficando com uma de suas meninas.

Esse caso ficou conhecido por parte da turma; sempre que o Reginaldo aparecia, íamos todos para a Boate em que estava hospedado, e o mesmo nos apresentava as suas garotas que ficavam conosco à tarde sem obrigação de pagamento, ou por valor mais barato; contudo, nos comprometemos em não ficar com as putas à noite para que faturassem, o que era justo.

Os que participavam dessas benesses eram eu, Emílio e nego Lelé, mas a farra acima citada ocorreu quando eu tinha passado no vestibular de Direito e já cursava o primeiro ano.

Estava na faculdade assistindo aula do Prof. Silvio de Macedo, filosofia do Direito, quando, de repente, aparece o Clailton me clamando, dizendo ser uma coisa urgentíssima; saio da aula e o mesmo afirma que o Reginaldo estava na Alhambra com uma trupe de primeiríssima qualidade, mas na noite anterior , não tinha conseguido nada, pois as putas eram metidas, não dando a mínima.

E, como o Reginaldo respeitava-me, vieram procurar-me para fazermos aquela farra. Eram Clailton e Osório da Pajuçara; pegamos o Guerreiro (nome que dei ao meu Jeep) e fomos para Jaraguá; Lá, acordei o Reginaldo, dizendo-lhe que queria três meninas, tendo o mesmo nos levado aos dormitórios, onde fizemos a escolha e as convidamos para um banho de mar na praia mais bonita de Maceió, face o constrangido apoio do Reginaldo, as meninas toparam e saímos para a aventura, com o compromisso de voltarmos, no Maximo, até as 16 horas.

O jeep estava sem o para-brisa e a coberta, que ficara na oficina em conserto; contudo, face a urgência, retiramos assim mesmo. Inicialmente paramos em Riacho Doce, na macarronada do Presta, onde tomamos umas pingas com tira gosto de agulhinha, enquanto ficava pronta a macarronada que levamos para a praia, juntamente com uma garrafa de pitu, um litro de Ron montila, cocas colas, cajus e gelo, tudo devidamente alocados em um isopor grande, que já fazia parte dos acessórios do Guerreiro, como também uma radiola em forma de máquina, artigo de luxo aquela época. Macarronadas prontas, pratos, talheres, enfim tudo em cima, partimos para o banho de mar.

Paramos no posto para abastecer, pois como sempre o Guerreiro andava em cota mínima, e, já no asfalto a uns 70 km, eis que o capô solta-se e bate em nossas cabeças ( eu e Clailton ), tendo sido parado pelos ferros da capota, foi um verdadeiro vexame. Mas com alguma dificuldade conseguimos parar o veículo, sem maiores danos a não ser um corte na testa do Clailton. Contudo, se não fosse os ferros, seria um serio acidente pois levaria o Osório e as meninas da parte traseira.

Após o susto, seguimos para nossa praia particular que ficava antes da Sereia, entravamos por uma estrada no meio de um mangue, protegidos por uma cerca de madeira, que retirávamos e depois de passar, a colocávamos novamente; o caminho dava em uma praia arretada, onde tinha um coqueiro arriado que servia de assento e mesa, e o que é melhor totalmente deserta.

A farra foi indescritível, integração total: musica ambiente, local afrodisíaco, pessoal animado etc; só que esquecemos totalmente das horas que se passaram abruptamente.

Já era noite quando voltamos, mas para irmos para Jaraguá, tínhamos que passar pela Avenida onde nossos pais tinham como costume colocar cadeiras nas portas para conversar e tomar fresca; não deu outra, avistamos na porta de d. Melinha, minha avó, varias pessoas sentadas, imediatamente avisei ao pessoal para comportar-se a fim de passar despercebidos, logo em frente ao pessoal, uma das putas levantou-se e gritou “essa calcinha não é de saco é de seda”, ao tempo em que pedi ao Clailton para puxar para que ela sentasse, tendo o mesmo aplicado uma porrada na cabeça dela, fazendo-a cair no assoalho do carro. Foi triste.

Esta inocente farra teve conseqüências dolorosas. O dono da boate nos afastou por meses de Jaraguá, quase perdi o Jeep, pois papai, vovó Melinha e tia Zeca presenciaram a cena.

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