sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O ÚLTIMO NATAL DA NEGA ODETE por Carlito




        No entardecer do dia 20 de dezembro de 1928, dentro de uma casa de porta e janela na Rua São Luiz no Pinheiro, ouviu-se um choro avisando ao mundo que estava nascendo Odete Augusto dos Martírios, a negra mais bonita e charmosa que perambulou por Maceió no século XX.

                 De mãe pobre e pai fujão, foi criada pela avó no bairro da Levada.  Cresceu uma menina alegre, cativante. Tinha o carinho da avó, as ruas, as praças, a lagoa Mundaú para brincar, pescar e catar sururu. Criou-se livre, sem estudar, correndo e percorrendo toda biboca da cidade.

                Tornou-se uma moça bonita, rosto oval, cabelos negros, olhos penetrante. Corpo roliço, bem moldado, cheio de curvas acentuadas na cintura e nos quadris. Pele macia, sedosa como jamais alguém teve. Odete despertava desejo nos homens quando andava, rebolado natural, cadenciado, como se flutuasse ouvindo música.

              Ainda não havia completado 15 anos, quando Floro, um belo rapaz, acadêmico de direito, morador da Rua Pedro Monteiro, filho de um rico comerciante, ficou encantado com a negra bonita cheia de sensualidade. Foi em seu encalço. Cantou Odete por mais de três meses, prometendo amor, carinho e agrado. Até que numa noite de lua seus corpos se unirem embaixo de uma jaqueira no morro do Tom Mix pelas bandas da praia do Sobral. Floro deflorou Odete. A negra gritava como uma selvagem, tinha doído, tinha gostado. Em casa, sua avó notou o sangue, esbravejou, não era mais moça, tinha perdido a virgindade, a honra da mulher, não queria sua neta quenga! Reclamou sua vida de pobre.

          Durante a noite Odete chorou, lembrou os momentos de carinho, sentiu novamente a sensação de seu corpo penetrado. Tomou uma decisão, trabalhar, ser independente. Como uma analfabeta poderia arranjar emprego?

        Uma família estava precisando de empregada doméstica. Odete bateu na casa na Praça Sinimbu. Foi atendida pela dona, gostou da moça negra, simpática, carne firme, disposta no trabalho. Ensinou-lhe a cozinhar. A menina aprendeu rápido, tornou-se exímia cozinheira. Odete fez parte dessa família durante muitos anos.

              Sentia-se independente com o pequeno salário. Tinha um quarto, comida, era livre, sozinha, podia fazer o que bem quisesse. Ao anoitecer, depois do dia de trabalho, disposta, cheirosa, dentro de um vestido de chita, se pintava para sair em busca de diversão nas noites de Maceió. Fazer o que mais gostava, amor. Os homens se encantavam, prometiam. Nunca recebeu dinheiro por favores sexuais. Ela selecionava seus parceiros. Gostava de homem novo e bonito. Estudantes ficavam à espreita às sete da noite na praça, queriam Odete. Ela escolhia o parceiro para deitar na areia morna da praia da Avenida da Paz ou no gramado do sítio da Sinhá perto do Riacho Salgadinho.

            Assim foi se espalhando a história da beleza daquela negra alegre de belo sorriso, dentes brancos, lábios grossos, uma loba no amor. Muitos homens desejaram, muitos homens foram rejeitados. Odete se transformou num mito, figuras das mais populares de Maceió. Adorava dançar, como não podia frequentar clubes, partia para as boates de Jaraguá apenas para rodopiar ao som dos conjuntos tocando os boleros. Muitos parceiros de dança tentaram levá-la para o quarto, ela recusava, queria apenas dançar.  O único local que aceitava uma empregada, negra, analfabeta, no salão de dança, era a zona. Noite alta, com o sapato pendurado entre os dedos, voltava para sua seu quarto, sua casa na Praça Sinimbu.

             Por ser livre e independente, Odete era confundida como prostituta. Ela jamais aceitou um centavo de algum homem. Viveu solteira pelo resto da vida. Uma mulher digna que se oferendou ao amor. Na época, a atriz Leila Diniz, branca, rica, dedicou-se aos homens no Rio de Janeiro, foi aclamada musa de Ipanema. Odete, pobre, negra, dedicou-se aos homens nas areias da Avenida da Paz, foi aclamada prostituta. É preciso fazer justiça a essa mulher corajosa e livre.

           Em 2006 encontrei a Nega Odete, por acaso, morava sozinha num pequeno quarto alugado perto da Praça da Faculdade, na parede um quadro de um ex presidente, solitária, como sempre viveu. Apesar das sequelas da idade, tinha auréola de alegria e felicidade. Escrevi uma crônica sobre essa figura lendária, levei-a ao lançamento de meu livro, Viventes de Maceió, ela personagem. Convidei alguns amigos, fizemos uma entrevista memorável para ESPIA, revista que eu editava na Internet. Todo natal eu e um conhecido Ministro deixávamos um presente para Odete. Certa feita lembrei-me em levá-la a uma confraternização de setentões, ideia rejeitada, alegação de desmoralização da reunião. Pedi desculpas, a desconvidei, eu e o Ministro compensamos com um gordo natal. Meses depois ela morreu aos 84 anos, foi o último natal da Nega Odete.

sábado, 13 de dezembro de 2014

FOTOS do encontro - GUAXUMA - 12-12-14

CHIQUINHO NEMÉSIO - MARDEM - GUILHERME BRAGA - RICARDO BRAGA - CARLITO - ´PAULINHO RAMALHO - TOINHO BODE CHEIROSO - TINHO - EURICO - EDUARDO UCHOA - BIRUCA- SERGIO NOBRE - LELÉ









terça-feira, 14 de outubro de 2014

A PRIMEIRA “VÉIA BEBA” - ENCONTRO 10-10-14 por Lelé


No último encontro dos meninos na Fênix, a gente jogando conversa fora prá lá, jogando conversa fora prá cá, falei que tinha acabado de ler o delicioso livro de Cacá Diegues, VIDA DE CINEMA, onde nas primeiras páginas descreve a infância passada na Avenida da Paz, citando os amigos, como Carlito, e principalmente sua família, a mesma de Guilherme e Ricardo Braga, protagonistas dos Meninos da avenida, seus primos, e na página 26 descreve com perfeição a avó deles, D. Baby:




Pela definição do querido neto imaginamos a figura da vovozinha.  A Branca de Neve iria preferir a Rainha mesmo. Ela foi a primeira “VEIA BEBA” de tantas que a gente apelidou assim, quando a madame apoquentava os Meninos da Avenida com insistência. Certamente o apelido “Veia Beba” tenha se originado da corruptela de VELHA BABY.

Marden Bentes, que estava à minha frente na reunião, disse que tinha uma estória prá contar sobre a D. Baby, que sua mãe D.Vega, lhe confidenciou:

Luciano Bentes, o filho mais velho, nasceu no mesmo dia que Ricardo Braga, 29 de setembro de 1945. Gordinho, bonitinho, fazia gosto de olhar aquele neném, enquanto Cadinho, magrinho e feio que só a gota, tanto que quando criança era chamado de PELANCO DE URUBU.




D. Baby para não ver seu neto comparado com a beleza do bebê Lulu, escondia-o das visitas à maternidade, dizendo que ele estava se trocando. Pelo visto, Cacá Diegues, que nasceu cinco anos antes, seguramente não passou por esse embaraço. Olhem só:


CONVERSA NO FACEBOOK SOBRE O ASSUNTO

O ENCONTRO




 Paulo Ramalho mostrou essa fotografia no Colégio Diocesano, 1957,  onde aparecem MARCELO BONFIM, HUMBERTO, HELIO MARINHO, ROLDÃO TORRES, GALVÃO, NELSON, ALBERTO MARINHO,MARINHO FERRÁRIO, ROBSON LINS, CARLOS GILBERTO, PAULO RAMALHO, JARBAS REIS (PRAÇA).  

domingo, 24 de agosto de 2014

OS BRANCALEONES DA SERRA DA BARRIGA por Lelé


RIO DE JANEIRO DESLUMBRANTE

Era 1965. Estudávamos o 2o. ano de engenharia elétrica na Universidade de Pernambuco.  Nas férias do meio do ano fomos curtir o Rio de Janeiro. Três dias de ônibus Maceió-Rio. Nas malas de couro forradas com pano forte e brim cáqui levávamos bastante ansiedade pela perspectiva de encantamento que aquela cidade maravilhosa viria nos oferecer. Cleves Calado e eu ficamos alojados no apartamento térreo de meus tios, irmãos de minha mãe, solteirões convictos, maravilhosos. O prédio ficava vizinho à sede náutica do Vasco da Gama, à beira da lagoa Rodrigo de Freitas, no bairro de Jardim Botânico. Lugar ideal para aqueles adolescentes que queriam descobrir o avanço comportamental daquela juventude que só conhecíamos pelas notícias dos jornais.

Participamos de tudo que tínhamos direito. Soltos na buraqueira. Nos shows, despontavam uma nova leva de artistas que modificariam a MPB, Nara, Bethânia, Chico, Elis, Caetano para sempre. Nas praias, os primeiros momentos do frescobol e a liberdade desnuda daquela fauna que não costumávamos ver na praia da Avenida, em Maceió. No cinema Payssandú, as discussões histéricas da esquerda festiva. Nas festinhas de apartamento conhecendo a naturalidade como consumiam o fuminho. No teatro, a estreia da peça ARENA CONTA ZUMBI, de Boal, Guarnieri e musicada por Edu Lobo, que nos deu canções clássicas como Upa, Neguinho, Zambi e Tempo de Guerra.



Eu e Cleves, unha e carne em Recife, fazendo Escola de Engenharia, como até hoje numa amizade pra ninguém botar defeito, nos perguntamos por que nós, alagoanos da gema, não conhecíamos o Morro mais famoso da resistência dos negros diante à escravidão? A Serra da Barriga onde os quilombolas resistiram durante um século, e ficava só a algumas dezenas de quilômetro de Maceió.

A EXPEDIÇÃO

De volta à terrinha nossa primeira providência foi começar a organizar uma expedição para a Serra em União dos Palmares, Cidade ao norte de Maceió, cerca de 80 km. , para as próximas férias do final do ano. Onze amigos toparam a parada, todos com idade em torno de 20 anos, a maioria morava na Praça Sinimbu, vizinhos dos Meninos da Avenida.



Colhemos informações sobre a Serra, Mata fechada de difícil acesso, mas que no cume dava para avistar toda a área. Esse detalhe foi que ajudou a resistência do povo liderado por Ganga Zumba, a não deixar as tropas do governo alcançarem o povoado com cerca de 15 mil casas, até a chegada da tropa exterminadora do sanguinário bandeirante Domingos Jorge Velho, que matou em uma emboscada o então líder Zumbi, em 20 de novembro de 1695. A informação mais surpreendente que colhemos foi a existência de um pequeno Lago no topo do Morro, onde relatos garantiam que  estava afundada uma fortuna em objetos jogados pelos negros na ocasião da ocupação da Serra pelas tropas governamentais.

Além da aventura que fazia parte de nossa índole juvenil, nosso propósito precípuo foi o de ficar rico com os objetos antigos da nação Zumbi. O nosso trunfo nessa empreitada era o amigo André Simon, o mais experiente mergulhador da turma, embora quase todos praticassem o mergulho nos mares e lagoas de Maceió. Carregamos todos os apetrechos para resgatar as riquezas que tínhamos imaginados nas nossas conversas frequentes e principalmente nos nossos sonhos juvenis.



O meio mais usado para chegar à União dos Palmares era por trem. Era a linha Maceió-Recife, via União, Catende e Palmares, o trem cantado por Ascenso Ferreira "vou danado pra Catende, vou danado pra Catende, com vontade de chegar...". Ficamos em União. Para chegar ao pé da Serra da Barriga, levamos mais de uma hora de viagem. Caminhada e carona em carroceria de caminhão de usina de cana de açúcar. Daí então aquele incrível exército de Brancaleone subiu a mata cerrada rumo ao topo do Morro.

A subida na Serra de mata fechada foi literalmente espinhosa. Repleto de macaquinhos. Os galhos das árvores e arbustos nos agrediam, nos machucavam, principalmente na cabeça. Um único que se safou dessa espinhada foi Janjão que estava com seu capacete do exército.

SOLDADO MALTA, HERÓI DO NOSSO GLORIOSO



João Carlos Malta, o maior da turma, acabara de servir ao nosso glorioso exército no quartel do 20o. BC como recruta. Ele era um abacaxi para os oficiais de plantão. Indisciplinado, desajeitado, inepto, bronco, atrasado, lerdo... tudo que um oficial não queria como soldado. Cumpria aquela tarefa de serviço militar obrigatório com absoluta falta de motivação. Era tratado a ferro e fogo.

Na marcha do pelotão era reborreia, o último da fila embora fosse o mais alto. Um peido fora de hora era na certa uma prisão. Um alivio para os superiores. Ele então tocava fogo no colchão, o jeito era soltá-lo. Caos no 20o. BC, o batalhão não sabia o que fazer com Janjão. Caso perdido e insolúvel. Mas aquela cara de leso escondia uma esperteza fora do comum.



Era tratado pelos superiores como o cocô do cavalo do bandido. Botavam ele para cumprir as missões mais elementares possíveis. Num treinamento de fogo pesado, no Vale do Rio Reginaldo, atrás do quartel, Janjão ficava deitado ao lado da bazuca que lançava granada catando os restos da mortalha que eram jogados por perto. Para um soldado vibrador, uma humilhação.

Pois bem, num treinamento desse, toda a companhia perfilada atrás da bazuca para assistir as granadas serem jogadas alhures, o soldado Malta deitado ao lado dela, mais leso do que nunca, viu na sua frente um foguinho, que foi apagado imediatamente com seu capacete. Estava ali para isso. Cumpridor de seu dever cívico.



Janjão olhou para trás, não tinha um, meu irmão. Do major ao recruta mais raso, todos tinham corridos quando viram a bazuca dar xabu e jogado a granada juntinho ao Janjão. O soldado Malta tinha mesmo era evitado a explosão do artefato. Vendo-se sozinho naquele deserto de pessoa pensou: “morri”. O sargento, o menos cagão da tropa, veio correndo em direção ao Janjão. Ele pensou novamente: “o sargento também morreu”.

Como dizia meu guru Millôr "herói foi aquele que não teve tempo de correr". O batalhão em peso que tinha dado no pé voltou com louvores ao nosso herói soldado João Carlos Malta. Aí o coronel comandante perfilou todo o batalhão, com os convidados habituais, autoridades puxa-sacos da ditadura, fez um discurso de três laudas enaltecendo o heroísmo do soldado exemplar, " imagem de nossa Revolução ", e chamou Janjão para proferir comentários sobre o ato glorioso. Ele foi lacônico:

- Vi um foguinho na frente e apaguei. Se eu visse todo mundo correndo, eu também corria, que não sou besta!

- Soldado Malta, você é um BOSTA, bramiu o coronel, acabando com a cerimônia ufanista.

A SURPRESA

Foi Janjão quem estava na frente da subida na Serra, protegido pelo famoso capacete que desativou a granada, e deu a notícia que tínhamos chegado ao cume. Todos então saíram imediatamente à procura do lago auspicioso. Alguém gritou “aqui tem água”. Todos correram para o lugar para conferir a descoberta. Não demorou muito para constatar que o lago procurado não passava de um poço raso com menos de um metro de diâmetro.

 Decepção generalizada. Passamos imediatamente de promitentes jovens abastados para desiludidos e irritados meninos tendo de carregar as tralhas de mergulho de volta na caminhada. Menos Janjão, que não fazendo fé no nosso sonho, caiu na gargalhada gostosa. Lembram do Pateta da Disney sorrir? Igual.



Restavam-nos sentar, e traçar sanduíche de mortadela acompanhado de vinho de garrafão. Tínhamos que nos apressar pois estava chegando a hora do trem de volta. Andamos, andamos, andamos, só enxergando mata e macaquinhos, quando damos fé estávamos olhando os mesmos macacos no mesmo lugar. Caminhando em círculos. Perdidos. E agora? A hora do trem e a noite chegando.

Nosso protagonista com sua esperteza berrou: “é por ali!”. Janjão estava nas palhas de um alto coqueiro onde enxergava as saídas do Morro. Esse sim, o verdadeiro herói do exército dos pequenos Brancaleones, pois já era tardinha e se a noite chegasse seríamos devorados pelos mosquitos quilombolas.


FESTINHA DE NATAL DE UMA CIDADE DO INTERIOR

Claro que quando chegamos à cidade de União dos Palmares o trem para Maceió já havia partido há muito tempo. Tínhamos a grana das passagens de trem de volta e fazendo uma vaquinha deu mais alguma merreca. Não dava nem pra meio sanduíche para cada.



Era dezembro, período das festinhas de Natal. O povo na rua. Pastoril, reisado, chegança. Com uma fome da gota, passávamos pelas barracas daquelas comidas apetitosas e virávamos a cara. Quando deparamos com a barraca de bazar, André Simon pediu a merreca que sobrou para fazer uma fezinha na roleta. Última esperança de um grupo desesperado, esfomeado, fedido, rejeitado pela população e desapontado pela perda de uma fortuna que acabara de escorrer pelos nossos dedos. Diante disso, fomos uníssonos “capricha, André”.



Ele jogou a metade da grana no numero 17. O dono girou a roleta espiando para a gente como otários de cidade grande, incentivando-nos continuar jogando, depois do resultado negativo. André arriscou o resto da merreca no mesmo numero. “Macaco não é valente/ deu 17 na corrente”. Ganhamos uma bolada boa. O dono ficou chiando por não continuarmos a jogar, ele não dava para encarar onze caras, e tínhamos uma espingarda na mão trazida por Denis Simon.

Fomos direto para a barraquinha de cachorro-quente, que é sem dúvida a melhor comida de festinha do interior. Aquele sabor caprichado de cominho na carne moída bem temperada é de comer ajoelhado. Lavamos a égua, tiramos a barriga da miséria.

O próximo trem para Maceió só passaria na madrugada. Ficamos fazendo hora na festinha, até achar um lugar para o descanso merecido depois de movimentada aventura. Para não perder o trem novamente escolhemos os dormentes do trilho do trem perto da estação para deitar.

Como estávamos com os equipamentos de mergulhos não queríamos deixa-los de bobeira, de meia em meia hora, um ficava de guarda com a espingarda que carregávamos. Não precisa dizer que na vez do Janjão, ele botou a espingarda entre as pernas, cochilou, e num gesto involuntário disparou a arma. Foi um deus-nos-acuda. Dalí a pouquinho chegaria o trem. Não necessitava acordar ninguém. Estavam todos ralhando com nosso herói, que respondia com sua gargalhada prazerosa. Um retrato daquele tempo inesquecível.