segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A SAUDADE É NOSSA COMPANHEIRA por Milton Hênio

No calendário do tempo o dia 30 de janeiro é dedicado ao Dia da Saudade. Quem de nós não tem saudades? Saudade rima com felicidade e eternidade.
Coelho Neto, o grande escritor, costumava dizer que “a saudade tem sua casa que é a memória e tem outra que é uma cabana pequena situada a um canto do coração”. Na literatura vemos que a saudade é tema de muitos escritores. Cada um de nós tem muito o que recordar, na imensidão dos tempos que se foram, das cenas de nossa infância vividas com alegria.
Se fecho os olhos e volto a rememorar a gostosa fase da minha infância lá no Parque Gonçalves Ledo, passeando de bonde com meu pai e meu avô, jogando pião, sinto-me transportado a um mundo distante, com meus 10 anos dentro da vida, quando vivia a minha meninice, para quem as perspectivas do mundo eram para mim ignoradas. Na minha meninice, ainda de calças curtas, o pião foi um dos brinquedos que mais me seduziram. E raro era o menino do meu tempo que não trazia, em um dos bolsos, seu pião, com o respectivo cordel, como arma de luta, pronto para atender ao convite de um desafiante.
Diz o poeta: “Saudade palavra doce que traduz tanto amargor/saudade é como se fosse espinho cheirando a flor”.
Centenas, milhares de definições existem de saudade; resta-nos curti-la. No silêncio da noite, nos momentos de paz, olhando as fotografias do passado, recordamos momentos vividos que se foram. Saibamos viver o dia de hoje com alegria no coração, pois, com certeza, ele será motivo de saudade amanhã.
É um prazer reviver outros tempos, como é bom não querer esquecer, só pensando nos tempos de outrora e na rua que nos viu nascer.
Caminhando nós seguimos em frente, pensando no passado e sentindo saudades dos tempos que se foram e que jamais voltarão: a nossa casa, a nossa escola, os nossos amigos do passado, nossas brincadeiras de criança. Agora tudo mudou. Os tempos saudosos se foram. Só ficou a saudade guardada com emoção em nosso coração.
Cultivemos a gratuidade. Na realidade as melhores coisas da vida não são pagas: a própria vida, o sol, o luar, gestos de fraternidade, as grandes amizades, o carinho dos pais e dos avós, e a convivência com os amigos. Isso tudo devemos preservar para que no entardecer da vida possamos aumentar as nossas defesas com os bons pensamentos que nos invade a alma, recordando momentos de felicidade vividos no passado. Isso se chama saudade.
(*) É médico (mhenio@hs24.com.br).

(GAZETA DE ALAGOAS - 1-FEV-2009)

Um comentário:

RUBENS PARIZIO disse...

MARAVILHA DE BLOG !!!!!!!!!!