
Escola de Samba Gaviões da Pajuçara “Um Capitão, um Duque, um Imortal... Carlito Lima sob a luz do carnaval!”













No dia 19 de fevereiro de 1912, na freguesia do Senhor Bom Jesus, cidade de Matriz do Camaragibe, região Norte de Alagoas, nascia Ulysses de Mendonça Braga Júnior. Segundo filho de uma tradicional família de moradores do Vale do Camaragibe, seu pai Ulysses de Mendonça Braga, sua mãe Maria Luíza Simões Braga e seus irmãos Benício, Francisco, Edson, Consuelo e Osvaldo.
Ainda adolescente deixou a casa natal para morar em Maceió e concluir seus estudos fundamentais. Transferiu-se para Pernambuco onde se formou Bacharel pela Faculdade de Direito do Recife em 1935. Neste período tomou gosto pelo jornalismo trabalhando no Diário de Pernambuco.
Voltou para Maceió e foi redator do Jornal de Alagoas e articulista da Gazeta de Alagoas. Nos anos 50 participou da política alagoana assumindo a Secretaria do Interior e de Segurança Pública do governo de Arnon de Mello. Quando da implantação da Caixa Econômica Federal em Alagoas, foi nomeado seu procurador. Flertando com as finanças fundou com outros empresários o Banco Agromercantil de Alagoas.
Em 1956, defendeu tese no concurso para Catedrático de Direito Civil da Faculdade de Direito de Alagoas expondo o tema: Do Contrato Preliminar – Especialmente na Promessa de Compra e Venda de Imóveis, publicado em 1958 pela Imprensa Oficial.
Fez-se doutor em Direito pela Universidade de Coimbra em Portugal, e publicou outras obras: As Leis de Inquilinato e a Intervenção do Estado na Liberdade de Contratar (Conferência Pronunciada no Aniversário de Fundação da Faculdade de Direito de Alagoas); O Papel do Jurista na Crise de Nossos Dias (Oração de Paraninfo da Turma de Bacharéis da Faculdade de Direito de Alagoas, proferida em 8 de dezembro de 1955 no Teatro Deodoro); Tavares Bastos e o Nosso Tempo, in Tavares Bastos Visto por Alagoanos, coordenação Moacir Sant’Ana, publicado também no Jornal de Alagoas de 31 de Maio de 1955.
Foi casado com Creusa Fontes Braga com quem teve três filhos: Guilherme, Ricardo e Luiz Felipe. Viúvo, casou-se novamente com Maria Thereza Wucherer Braga que lhe deu mais um filho, Nelson.
Ulysses Braga foi jornalista e empresário, foi banqueiro e advogado, funcionário público e professor. Ralou muito e foi feliz ainda mais.
Amou algumas mulheres, fez grandes amigos e com desafetos brigou. Teve vitórias e teve derrotas. Foi alagoano e brasileiro. Foi gente do bem!
Nos deixou em 1979, aos 67 anos.
GAZETA DE ALAGOAS - 19-2-2012
SAMBA ENREDO da Escola de Samba Gaviões da Pajuçara
“Um Capitão, um Duque, um Imortal... Carlito Lima sob a luz do carnaval!”
O tempo não pode apagar...
Se o livro guardar uma história, “Retratos da Vida”, idas e vindas lembrar...
Relatos que esse gigante ouviu, viveu, testemunhou, perpetuou em verdadeiras obras magistrais. Romances, poemas, crônicas geniais.
Carlito Lima...
Se Deus lhe deu bendito seja. O dom e a nobreza de escrever com o coração. O Golpe em ação, o Regime, a Mordaça. Salve a Revolução!
Nas “Confissões de um Capitão”. A doce magia da Boemia. “O Duque de Jaraguá” revela um olhar...Dessa cidade a encantar ( refrão)
La lá ia... Assim, “o imortal” segue adiante. Lançando mais “declarações de amor”.
À sua terra, sua gente, sua arte. Sua cultura, sua cidade, MACEIÓ. Eterna paixão, morada da felicidade!
O show começou “espia”, vem ver!
Chegou Gaviões para você. A minha emoção vai com o “Velho Capita”. Sobrevoar essa Avenida (refrão).
Prezado Lelé.
Receba e transmita a todos “Meninos da Avenida” meus parabéns pela iniciativa de publicar bons pedaços da história e recordações que, realmente, merecem ser preservadas e colocadas ao conhecimento das gerações que nos sucederam. Permito-me pedir que eu seja incluído como um dentre outros “meninos” que curtiram àquela época de ouro. Por força de oportunidade profissional de meu pai, Prof. Diegues Junior, tivemos que deixar Maceió, em 1945, para morar no Rio de Janeiro. Todavia, o amor pela terra natal, permaneceu intacto, incutido de forma sublime e constante de nossos pais, tanto que passamos tal paixão para filhos e netos que têm em Maceió, o lugar preferido para as férias.
Embora pouco assíduo, permito-me também dizer que participei da “turma da Avenida da Paz”, onde nasci. E assim transmito algumas passagens gratas e alegres, sem qualquer pretensão de divulgação – fica a seu critério – mas, se possível, guardadas no baú dos bons momentos.
- A família, depois da transferência, voltou pela primeira vez, para as férias de verão de 1951 e ficou hospedada na casa de Creusa e Ulisses Braga, ela irmã de minha mãe. Além das divertidas peladas na praia, das brincadeiras diversas ao longo da Avenida e no Coreto, lembro-me bem da festa popular que foi a posse, em 31 de janeiro daquele ano, do Governador Arnon de Melo. Naquele dia fomos almoçar na casa do casal Maria Júlia e José Lamenha, na rua Boa Vista ( se não me falha a memória) e de lá íamos a pé para a praça dos Martírios. Foi a primeira vez que vi “teço-tecos” soltando “santinhos” e o povo ávido para pegar pelo menos um deles. Foram muitos passeios, também: Coqueiro Seco ( do outro lado da lagoa, se atravessa de canoa!); Jatiúca, no sítio de meu padrinho Theo Brandão; Jacarecica, na casa de Da. Vega e Sr. Benedito Bentes; e.vários outros para não ser muito extenso.
- voltamos em 1952, hospedados na mesma casa, renovando todos os passeios, os banhos de mar, as peladas e as brincadeiras. Mas ficaram bem guardadas na minha memória, três festas: o aniversário de 40 anos de Tio Ulisses, com banda de música “ao vivo” e muita gente; o aniversário em sua casa, creio que do Carlito, com uma tarde inteira de frevos e brincadeiras, perante a santa paciência de Da. Zeca e do General Mário Lima. A terceira foi a matinê da Fênix, num dia de carnaval, ocasião em que “funguei” pela primeira vez o odor maravilhoso de uma lança Rodouro, que a principio era para “curar uma terrível dor de dente”.
- Após estas duas primeiras viagens somente voltei a Maceió, desta feita para as férias de julho de 1956 e 1957. Estive esporádicamente, diversas vezes na “terrinha querida” e, a partir de 2002, tornei-me proprietário de um apartamento, incentivado pela minha esposa Leila, a carioca mais alagoana que conheço! Repare que, nesta mensagem não citei o nome de nenhum menino da avenida. Porém, como uma homenagem singela e de saudade, cito Werther Wanderlei, que as custas de uma lamentável fatalidade tornou-se meu amigo. Internado no Hospital do Exército, em São Cristóvão, bairro do Rio de Janeiro, eu e mamãe íamos busca-lo todos os domingos para passar o dia lá em casa. Homem de personalidade forte e saudável, apesar de tudo, tocava gaita e cantava e ensaiávamos alguns composições que não deram certo.
Caso seja possível ou você ache oportuno, tenho outras histórias, inclusive com nomes e participantes, que poderei enviar. Receba meu abraço, extensivo a todos “Meninos da Avenida” e, na próxima vez que estiver em Maceió, tentarei um contato.
Cláudio Antonio Fontes Diegues
Brasília, 08 de fevereiro de 2012.