sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

SEDE DO ATLÂNTICO FUTEBOL CLUBE por Paulo Ramalho

Nos idos de 1957, morávamos na Avenida da Paz, 1 200, nossa casa ia da avenida à Rua Silvério Jorge, onde ficava a garagem.

Resolvemos fundar um time de futebol, as reuniões eram em nossa casa.

Foi indo para uma dessas reuniões, que Carlito insultou o famoso Guarda Doido, fato já relatado em uma de suas crônicas, fazendo com que ele chegasse mais rápido a nossa casa, quase atropelando nosso pai, Luiz Ramalho, que fumava seu charuto, sentado em uma cadeira, na porta de casa, naquela época podia, deu boa noite e entrou que só uma bala, pois o Guarda Doido vinha em seu encalço.

Será que hoje ele correria do mesmo jeito?

Obtivemos autorização de nossa mãe Bi, para transformar a garagem na sede do ATLÁNTICO FUTEBOL CLUBE, fato que nos levou a elegê-la, por aclamação, Presidente de Honra.

Pintamos a sede, conseguimos lá pela Rua do Queimado, comprar um escudo de ferro, que mandamos pintar com as corres de nosso clube.

No dia da inauguração, colocamos um pano sobre o escudo, e chamamos a Presidente de Honra para descerrar o pano.

Petrúcio, nosso irmão pouco mais velho, que era o Presidente do Clube, disse na hora da inauguração: agora a Presidente de Honra vai tirar o pano do negócio.

Risada geral.

A turma era formada pelos Lima, Wanderlei, Cardoso, Jardim, Braga, Peixoto, Uchoa, Bentes, Ramalho, Perrelli, Gazzaneu, se não me falha a memória, além de Walter e Marú Lima, primos de Carlito, Roberto Barbosa o “arainha”, primo de Walter, que moravam na Rua da Alegria, no centro, Geonal Arrochelas, primo do “arainha”, que morava no poço, Artur Justo, que morava logo acima da Ladeira do Brito, Erisvaldo Cavalcante, que não me recordo onde morava, Kleber Mendonça, filho do dono da fábrica de biscoito e panificação Glória, instalada na Rua da Alegria, quase defronte a casa do Walter, e morava na Rua Nova.

Tenho parte da turma documentada em uma fotografia do time, em um dos jogos.

Tínhamos campo de futebol quase particular, o então Coronel Mário Lima, era Comandante do 20º Batalhão de Caçadores, e Provedor do Orfanato São Domingos.

Dependendo do time e do dia que íamos jogar, optávamos pelo campo do Quartel, ou do Orfanato, que ficava defronte, onde hoje é o Condomínio Vaticano.

O Coronel foi também Comandante da Polícia Militar, e as vezes conseguíamos até transporte para ir ao campo.
Tínhamos também, a bela Praia da Avenida, para treinos, peladas, torneios que as vezes promovíamos, e que com freqüência terminava em briga.

Determinada tarde Ângela, nossa irmã, e Rosita, irmã de Carlito, ao passarem próximo à garagem, ouviram um barulho estranho, a porta do lado de dentro da casa, estava encostada, ao abrirem, viram alguns componentes do clube fazendo o que não deviam, principalmente em se tratando da sede do Clube.

Ao relatarem o ocorrido a nossa mãe, que era muito severa, de imediato acabou com a sede do Atlântico Futebol Clube.

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