Não é por falta de opção que podemos deixar de ter um bom dia de lazer
em Maceió. Na última quinta-feira, Pegamos (Cleves, Cynthia e eu) o VLT, trem
com 3 vagões, às 10:20h. na estação de Maceió. De segunda a sexta-feira, são feitas
16 viagens por dia (Horário dos trens = http://maceio.cbtu.gov.br/).
Os vagões são confortáveis, com ar condicionado e e muitos assentos
disponíveis se chegarmos um pouco antes do horário. E o horário é britânico.
Entre Maceió e Utinga ( 32 km de extensão), a mais distante estação em operação, paramos em mais 10 delas, incluindo
Bebedouro, Fernão Velho e Satuba, e chegamos lá às 11:15h. Pegamos
imediatamente o trem de volta às 11:17h., e dessa vez ficamos em Fernão Velho
(11:40h.) para almoçar no Restaurante Coqueirinho, em frente à lagoa Mundau.
A paisagem que vamos encontrando a cada minuto é magnífica. Logo depois
de sair da estação de Maceió, deparamos com o povão no Mercado Público. Praça do Pirulito,
feira do passarinho, um mundão de gente e casas de comércio. A de material de
limpeza a mais suja de todas.
E O TREM VAI DANADO... Logo
aparece o campo do CSA no Mutange, com os jogadores azulinos treinando, mais
atrás a Lagoa Mundau, que vai fazer sempre parte de nossa paisagem.
E O TREM VAI DANADO... Despontam os casarões coloniais de Bebedouro. O bairro já foi o preferido da elite alagoana, que
construíam seus casarões na rua principal, próximo à lagoa Mundaú e a linha férrea. Bebedouro
nos tempos do major Bonifácio Silveira (bisavô do Cleves) era um reduto festeiro, conhecido de
todos os maceioenses, que se deslocavam para lá e participavam do natal e do carnaval. A praça
principal virava um imenso parque de diversões.
Casarões imponentes, como o da família Leão, hoje ocupados pela Clínica
de Repouso Dr. José Lopes de Mendonça, e tantos outros que margeiam a principal
rua de acesso ao bairro. Seus olhos não cansam de olhar.
E O TREM VAI DANADO... Os
canaviais aparecem a partir de Fernão
Velho.
— Vou danado pra Catende, vou danado pra Catende,
vou danado pra Catende
com vontade de chegar...
Meu Deus! Já deixamos
a praia tão longe...
No entanto avistamos
bem perto outro mar...
Danou-se! Se move,
parece uma onda...
Que nada! É um partido
já bom de cortar...
— Vou danado pra Catende,
vou danado pra Catende,
vou danado pra Catende
com vontade de chegar...
(Trem de
Alagoas - Ascenso Ferreira).
De um lado cana, do outro também.
É um mar verde de folhas. Se beber fosse pecado não existia canavial...
E O TREM VAI DANADO... Em Satuba se destaca a faculdade de agronomia. É
o primeiro município depois de Maceió. Uma população mais densa que nas outras
estações, portanto, bem mais movimentada.
E O TREM VAI DANADO... Agora finalmente aparece a usina em Utinga. Da estação podemos ver os
casarões dos Leões. É o fim da linha atual.
As paisagens que vimos foram belíssimas não só para nossos olhos, mas
também para nosso ego. O orgulho de nossa história está ali resumido num trecho
de trem circundando a Lagoa Mundau por menos de uma hora.
Na volta de Utinga, saltamos em Fernão Velho, para almoçar no
restaurante Coqueirinho (3314-1649), a cerca de 5 minutos a pé da estação. Lá
podemos saborear pratos típicos de nossa terra, como pitusada, siri de coral,
peixada no camarão, carne do sol, caldinho de feijão de primeira qualidade, a
preços módicos, inclusive as bebidas. Se a programação for mais planejada,
podemos no dia anterior ao passeio ligar para o restaurante e pedir por exemplo
um Pato ao Molho Pardo (eles têm criação de pato, galinha de capoeira, tô fraco,
ganso...)
Curtimos o local até 15h. quando pegamos o trem de volta à Maceió. Ótimo
passeio. Lavamos a égua. Nos pareceu mais adequado fazer o passeio às quintas
ou sextas-feiras.