domingo, 24 de maio de 2015

WALTER LIMA – MEU AMIGO IRMÃO por Paulo Ramalho



Marta “in memória”

Betinha sua dedicadíssima companheira nos seus últimos doze anos de vida, principalmente e especialmente nos dias finais.

Seus filhos, genro, noras e netos, meus queridos sobrinhos.
Vânia sua dileta e querida irmã.

Minhas senhoras e meus senhores, parentes e amigos de Walter.

A nossa amizade teve início no desabrochar de nossa juventude, na Avenida da Paz, onde eu morava, e ele ia para casa de seu tio General Mario Lima, para frequentar a então bela Praia da Avenida, na companhia de seus primos, nossos amigos-irmãos de infância.

Fez parte da equipe de nosso Atlântico Futebol Clube, com sede na garagem da casa de meus pais.

Foi pediatra de meus três filhos, por plena e total amizade e por coincidência e felicidade, nossas filhas entraram na mesma escola e no mesmo dia, concluindo o terceiro ano científico juntas, com mais algumas estimadas amigas, as quais mantém até hoje, uma firme e grande amizade.

Lembro-me que na comemoração dos quarenta anos de Marta, haviam apenas quatro casais, e eu tive o privilégio e honra de ser um deles e de ter compartilhado a comemoração de data tão importante.

Meu caçula, no final do ano de 2001, já havia passado e muito da faixa etária de seu atendimento e teve necessidade de retirar a vesícula.

Senti a necessidade de telefonar para o Walter e relatar a situação, foi quando ele de imediato me pediu que o avisasse quando estivesse certo o local, dia e hora da cirurgia, pois faria questão de assistir à cirurgia e deixar o Paulinho mais calmo e confortável com sua presença.

No dia e hora marcada, saiamos do apartamento na Santa Casa, Paulinho na cadeira de rodas, para levá-lo ao Centro Cirúrgico, quando a porta do elevador foi aberta, estava Walter, que puxou a cadeira e foi direto ao Centro Cirúrgico acompanhando o Paulinho, nos deixando mais tranqüilos.

Walter sempre foi presente em nossas vidas, disponível a qualquer hora e em qualquer ocasião. Sempre nos passou segurança em suas orientações médicas e sempre demonstrou preocupação com a recuperação da saúde de nossos filhos, qualidade marcante que o distinguiu na profissão por sua imensa humanidade no trato de seus pacientes.

Tive a sorte e a graça de vê-lo consciente, na segunda-feira dia 11 p.p. Na ocasião, conversamos bastante como sempre fizemos em nossos encontros e ele até sorriu com uma brincadeira que disse com ele.

Tenho certeza de que ele está em um bom lugar, e essa certeza vem da Bíblia, onde Jesus disse em Mt. 19,13-16, “Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus”, e ele como passou a vida dedicada a esses seres tão puros e sem maldade, com certeza a cada dia e a cada atendimento, tornou-se puro e consolidou seu espaço na Morada Eterna.

Que Deus o tenha na Sua Maior Glória.

Descanse em Paz.

              Lourdinha in Memória, Paulo Ramalho, filhos, noras e netos


WALTER LIMA meu amigo irmão

Warrant*, sob garantia da,
Amizade
Lealdade, a
Todos
Especialmente
Respeito

Luz
Incondicional
Maior
Amizade



                                   Paulo Ramalho – 16/05/2015


        ( *Warrant: título de crédito sob garantia de penhor,
                             neste caso, da amizade, lealdade            e                  
                             respeito.)

quinta-feira, 2 de abril de 2015

COELHO, CHOCOLATE, SERRA VELHO E JUDAS por Carlito

Meus netos estão se empanturrando de chocolate, para alegria da Nestlé, da Garoto, dos chocolateiros e dos netos. Essa invencionice comercial, venda da “comida dos deuses” durante a Páscoa, está definitivamente institucionalizada pela propaganda massiva. Nossos netos vêem o ovo de chocolate e o coelho como símbolos da semana da paixão e morte de Cristo. Um período mais apropriado à meditação, à oração, tornou-se a festa do chocolate.

Os marqueteiros não combinaram com a Igreja, tão conservadora nos assuntos sobre sexo, pois, coelho é o símbolo de procriação, de fertilidade, de muitas transas, e chocolate é alimento afrodisíaco. Portanto, os símbolos da semana santa moderna, inventados pelo comércio, são apologias ao sexo, acho ótimo, é uma evolução da Igreja sempre castradora em sua história.
Juntar coelho com ovo de chocolate deu samba de crioulo doido. Meu neto, perguntou porque o ovo de coelho é de chocolate e o da galinha é de cozinha. Foi difícil explicar.

Nessa hora sou saudosista das tradições, tenho boas recordações da semana santa de meu tempo de criança.

Iniciava no Domingo de Ramos quando se comemora a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém montado em um burrico. Seus discípulos trouxeram dois burricos puseram em cima deles suas vestes, sobre elas Jesus montou. A multidão cortou ramos de oliveiras, espalhou-os pela estrada, formando um tapete de folhagem para o Rei dos Reis passar, em cima de um jerico. O povo acompanhava Cristo, clamava: “Hosana ao filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!” Entrando Jesus em Jerusalém, toda cidade se alvoroçou. Perguntavam Quem é este? E a multidão clamava: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia.” Assim li, aprendi, escrito na Bíblia.

Essa parte da história de Cristo é muito emblemática. Entrada triunfal num jerico, logo depois, traído e crucificado. Entretanto, para meninada dos anos 50, o melhor do Domingo de Ramos era a procissão. Iniciava na Catedral, os colégios femininos religiosos compareciam: São José, Sacramento, desfile de meninas bonitas, a moçada ia para paquerar. Um olhar, um sorriso, um piscar de olho valia a pena a missa, a procissão.

O feriado começava na quinta-feira santa, a partir desse dia proibia-se comer carne, em compensação minha mãe cozinhava um delicioso bacalhau, arabaiana, camarão, feijão no coco, jerimunzada, bredo, uma delícia. Por que essa maravilhosa comida só existe na semana-santa?
Na noite da quinta-feira havia uma brincadeira perigosa. A meninada saía em bando, 5 a 6 moleques para “serrar velho”. A serração do velho é uma tradição européia conhecida desde o século XVIII. 

Reunia-se um grupo de brincalhões, diante da casa de um velho, na noite da quinta-feira. Serravam uma tábua com muito ruído, muito choro, muito lamento. Os velhos serrados irritavam-se com a brincadeira. Pela crença popular, velho serrado não chegava à outra Quaresma. A garotada cantava alto acordando a vizinhança: "As almas do outro mundo, vieram lhe avisar que deste ano o senhor não vai passar”. "Encomende a alma a Deus, que seu corpo já não vale nada" e liam um bem humorado testamento em versos. Os velhos ficavam brabos. Certa vez levamos uma carreira do pai do Toroca na Pajuçara. Seu Pádua um velho ranzinza da Avenida, quando estávamos divulgando seu “testamento”, jogou um penico cheio de xixi, tive que ir para casa tomar um demorado banho. Houve caso de tiro.

Na Sexta-feira da Paixão parecia que o mundo havia se acabado. As rádios só tocavam músicas fúnebres, proibido ir à praia, até sorrir. As prostitutas fechavam as portas de Jaraguá e o balaio; nem pensar numa fortuita transada. À noite todos iam à Igreja para beijar os pés de Nosso Senhor morto. Finalmente o sábado de aleluia. A meninada preparava um boneco de pano, o judas, sempre com um nome de algum político ou algum inimigo público. Quando às 10 horas, os sinos da Igreja dobravam anunciando a aleluia, a moçada caía de cacete malhando o judas amarrado em um poste. Melhor do que malhar um judas, era roubar os judas dos vizinhos, dos pivetes.

Afinal chegava o domingo da ressurreição. Os padres contavam a história como Cristo depois de morto subiu aos céus. Hoje é um espetáculo pirotécnico com atores globais, para se assistir comendo chocolate, tomando vinho.

DESPESCANDO AÇUDE EM BRANCA DE ATALAIA

Despescando  açude da Fazenda do Cuca  em Branca de Atalaia. Tilapia que só a gota    1 de abril 2015












sábado, 28 de fevereiro de 2015

CACÁ DIEGUES - VIDA DE CINEMA por Carlito

Recebi, via sedex, um livro, "VIDA DE CINEMA, presente de amigo de infância, fiquei felicíssimo ao ler a carinhosa dedicatória, "Para Carlito, com meu amor fraterno. Cacá Diegues. (veja pg 33)".

Tivemos uma infância iluminada, livre, leve e solta, na areia branca, na água azul turquesa, matizes verdes, cor única do mar da praia da Avenida da Paz. Jogando pelada, ou zorra, na praia, só terminava a partida ao entardecer, às vezes, com o "Gol da Lua", o primeiro gol depois da Lua surgir, cor de prata. À noite o calçadão da Avenida se prestava às nossas brincadeiras, bicicleta, patins, roubar bandeira, gata parida, os meninos da Avenida se divertiam. Cacá escreveu na pg. 33: "...verão de Maceió, o paraíso da praia e da festa, da pelada na areia que meus parceiros locais chamavam de "zorra", do circo da Praça Sinimbu, da torcida do CRB...da pesca de siri no rio Salgadinho com Carlito Lima ( amigo de infância cujos afeto, talento e inteligência cultivo até hoje), dos passeios da canoas pelas lagoas, uma Veneza selvagem formada por canais que ligam a Mundaú à Manguaba, com infindáveis coqueirais a margear ilhas e coroas ( que mais tarde eu filmaria em Joana Francesa), indo terminar na beleza colonial de Marechal Deodoro, antiga cidade das Alagoas, primeira capital do estado..., segunda feira à noite, ainda havia a sessão de cinema no Clube Fênix Alagoana... Foi ali, no pequeno coreto da Avenida da Paz, que dei o meu primeiro beijo numa menina cujo nome não guardei ( o amor pode ser muito cruel)."


Cacá já morava no Rio de Janeiro, seu irmão Fernando Manoel entrou na Escola de Marinha ( chegou a Almirante), eu na Escola Preparatória de Cadetes do Exército e Cacá desde a adolescência só pensava em cinema. Sua casa no Rio, era a Embaixada das Alagoas, Dona Zaira e Dr. Manelito tinham prazer em receber alagoanos. Enquanto cursei a Academia Militar das Agulhas Negras em Resende, fui poucas vezes à casa de Cacá em Botafogo. Depois nos dispersamos, nos encontrando, às vezes, com intervalo de anos.


Certa tarde passei por um cinema em Salvador, em cartaz o filme Ganga Zumba, de Cacá Diegues, dei um grito de alegria como se fosse um gol do Fluminense, ninguém entendeu minha zoada espontânea, solitária, na porta do cinema. Assisti entusiasmado o primeiro longa metragem de meu amigo com maior orgulho, devia ter pouco mais de 20 anos. Sou cinéfilo compulsivo, nunca perdi um filme de Cacá, o mais negro dos cineastas brasileiros.

Certa vez Cacá foi filmar em Alagoas, "Joanna Francesa" , nessa época eu havia deixado o Exército, edificava e vendia loteamento. Aproveitando a passagem, dei um lote (de boca) para Cacá num loteamento na belíssima praia de Barra de São Miguel, ele recebeu o carinho com emoção. 


Passaram-se alguns anos, resolvi aumentar minha casa de praia com um espaçoso terraço, invadi o lote do Cacá, também, ele há mais de 4 anos não aparecia, não escrevia. Certa tarde depois do almoço, de bons uísques, dormindo na rede do terraço, acordaram-me balançando, ao ver Cacá, Ricardo Braga e Danuza Leão, me enchi de alegria e abraços. Ele logo perguntou pelo seu lote, eu apontei para o chão respondendo: "É esse!". Minha casa de praia tem sócio famoso.

Nos anos 80 Cacá veio dar palestra em Maceió, à noite saímos, levei-o ao Bye Bar Brasil, da querida amiga Paulinha, sentamos à mesa, juntamente com MIlton Pradines, Vera Arruda, Elinaldo Barros; noite divertida, quando Paulinha se achegou, Cacá seriamente cobrou direito autoral, o nome do bar lhe pertencia , registro do filme "Bye, Bye, Brasil", o advogado Guilherme Braga iria procurá-la para negociar o pagamento. Paulinha perdeu a graça e o sorriso bonito. Certa hora fui ao banheiro, ela chorando falou comigo, iria falir. Sorrindo, contei a história na mesa, Cacá a chamou, propôs, com um sorriso maroto: "Não quero dinheiro, você vai pagar meu direito autoral em chope, o consumo do Carlito nesse ano". Ao perceber a brincadeira, ela respondeu aliviada, feliz: "Eu prefiro pagar em dinheiro, sai mais barato". 


Li as 678 páginas do livro em um fim de semana, não consegui sair de casa, a autobiografia de Cacá se confunde com a história do cinema brasileiro, com a história recente do país; é uma linda e escancarada declaração de amor ao cinema, ao Brasil, e à sua amada Renata. Imperdível, leitura obrigatória para todas gerações.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

FOTOS DO ENCONTRO DIA 15-JAN-15 70 ANOS DO CUCA

RESTAURANTE PICUI DA AVENIDA:
CUCA, GUILHERME, RICARDO, WALDO, CARLITO, CLAILTON, MARDEN, TINHO, PAULO, EURICO, LELÉ












sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O ÚLTIMO NATAL DA NEGA ODETE por Carlito




        No entardecer do dia 20 de dezembro de 1928, dentro de uma casa de porta e janela na Rua São Luiz no Pinheiro, ouviu-se um choro avisando ao mundo que estava nascendo Odete Augusto dos Martírios, a negra mais bonita e charmosa que perambulou por Maceió no século XX.

                 De mãe pobre e pai fujão, foi criada pela avó no bairro da Levada.  Cresceu uma menina alegre, cativante. Tinha o carinho da avó, as ruas, as praças, a lagoa Mundaú para brincar, pescar e catar sururu. Criou-se livre, sem estudar, correndo e percorrendo toda biboca da cidade.

                Tornou-se uma moça bonita, rosto oval, cabelos negros, olhos penetrante. Corpo roliço, bem moldado, cheio de curvas acentuadas na cintura e nos quadris. Pele macia, sedosa como jamais alguém teve. Odete despertava desejo nos homens quando andava, rebolado natural, cadenciado, como se flutuasse ouvindo música.

              Ainda não havia completado 15 anos, quando Floro, um belo rapaz, acadêmico de direito, morador da Rua Pedro Monteiro, filho de um rico comerciante, ficou encantado com a negra bonita cheia de sensualidade. Foi em seu encalço. Cantou Odete por mais de três meses, prometendo amor, carinho e agrado. Até que numa noite de lua seus corpos se unirem embaixo de uma jaqueira no morro do Tom Mix pelas bandas da praia do Sobral. Floro deflorou Odete. A negra gritava como uma selvagem, tinha doído, tinha gostado. Em casa, sua avó notou o sangue, esbravejou, não era mais moça, tinha perdido a virgindade, a honra da mulher, não queria sua neta quenga! Reclamou sua vida de pobre.

          Durante a noite Odete chorou, lembrou os momentos de carinho, sentiu novamente a sensação de seu corpo penetrado. Tomou uma decisão, trabalhar, ser independente. Como uma analfabeta poderia arranjar emprego?

        Uma família estava precisando de empregada doméstica. Odete bateu na casa na Praça Sinimbu. Foi atendida pela dona, gostou da moça negra, simpática, carne firme, disposta no trabalho. Ensinou-lhe a cozinhar. A menina aprendeu rápido, tornou-se exímia cozinheira. Odete fez parte dessa família durante muitos anos.

              Sentia-se independente com o pequeno salário. Tinha um quarto, comida, era livre, sozinha, podia fazer o que bem quisesse. Ao anoitecer, depois do dia de trabalho, disposta, cheirosa, dentro de um vestido de chita, se pintava para sair em busca de diversão nas noites de Maceió. Fazer o que mais gostava, amor. Os homens se encantavam, prometiam. Nunca recebeu dinheiro por favores sexuais. Ela selecionava seus parceiros. Gostava de homem novo e bonito. Estudantes ficavam à espreita às sete da noite na praça, queriam Odete. Ela escolhia o parceiro para deitar na areia morna da praia da Avenida da Paz ou no gramado do sítio da Sinhá perto do Riacho Salgadinho.

            Assim foi se espalhando a história da beleza daquela negra alegre de belo sorriso, dentes brancos, lábios grossos, uma loba no amor. Muitos homens desejaram, muitos homens foram rejeitados. Odete se transformou num mito, figuras das mais populares de Maceió. Adorava dançar, como não podia frequentar clubes, partia para as boates de Jaraguá apenas para rodopiar ao som dos conjuntos tocando os boleros. Muitos parceiros de dança tentaram levá-la para o quarto, ela recusava, queria apenas dançar.  O único local que aceitava uma empregada, negra, analfabeta, no salão de dança, era a zona. Noite alta, com o sapato pendurado entre os dedos, voltava para sua seu quarto, sua casa na Praça Sinimbu.

             Por ser livre e independente, Odete era confundida como prostituta. Ela jamais aceitou um centavo de algum homem. Viveu solteira pelo resto da vida. Uma mulher digna que se oferendou ao amor. Na época, a atriz Leila Diniz, branca, rica, dedicou-se aos homens no Rio de Janeiro, foi aclamada musa de Ipanema. Odete, pobre, negra, dedicou-se aos homens nas areias da Avenida da Paz, foi aclamada prostituta. É preciso fazer justiça a essa mulher corajosa e livre.

           Em 2006 encontrei a Nega Odete, por acaso, morava sozinha num pequeno quarto alugado perto da Praça da Faculdade, na parede um quadro de um ex presidente, solitária, como sempre viveu. Apesar das sequelas da idade, tinha auréola de alegria e felicidade. Escrevi uma crônica sobre essa figura lendária, levei-a ao lançamento de meu livro, Viventes de Maceió, ela personagem. Convidei alguns amigos, fizemos uma entrevista memorável para ESPIA, revista que eu editava na Internet. Todo natal eu e um conhecido Ministro deixávamos um presente para Odete. Certa feita lembrei-me em levá-la a uma confraternização de setentões, ideia rejeitada, alegação de desmoralização da reunião. Pedi desculpas, a desconvidei, eu e o Ministro compensamos com um gordo natal. Meses depois ela morreu aos 84 anos, foi o último natal da Nega Odete.