24-11-2012 - ENCONTRO DO PALMEIRAS NA CASA DE PRAIA DO CIRIDIÃO - MARCINEIRO, LITORAL NORTE DE ALAGOAS. PRESENTES: CIRIDIÃO, CÁU, CHUMBINHO, WALTER GUIMARÃES, BATINGA, ALIPINHO, MURILO MARINHO, TOINHO BODE CHEIROSO, TONHO MACACO, ALDINHO, JASON, ESDRAS, JAIR, LELÉ
domingo, 25 de novembro de 2012
domingo, 7 de outubro de 2012
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
RÁS GONGUILA, O LÍDER por Carlito
Uma
cidade não é feita apenas de prédios, ruas, avenidas, praias, parques, praças e
jardins. É feita também pelos habitantes do presente e do passado, é feita de
história e de tradições.
Figuras marcantes dessa cidade de
Nossa Senhora dos Prazeres tornaram-se inesquecíveis pela personalidade
especial, trabalho e amor à comunidade.
A história oficial conta a vida dos
fidalgos, políticos, artistas e intelectuais. As figuras mais humildes, os descamisados
que tiveram igual importância na cultura, economia e política, anônimos para a
história, são lembrados oralmente pelos amigos ou por algum descuidado cronista
do cotidiano.
No século passado, um negrão forte marcou
nossa comunidade. Rás Gonguila dizia-se príncipe africano, descendentes dos
Reis da Etiópia, trazidos escravos para o Brasil, tornaram-se lideres de negros
fujões nos quilombos. Gonguila tinha maior orgulho de seus ancestrais, fazia
questão de seu título nobiliárquico africano, Rás.
O Negão engraxate, cadeira na Rua do
Comércio, tinha como fregueses, políticos, funcionários, poetas e cachaceiros.
O ponto do Gonguila tornou-se ponto de encontro de conversa de boêmios.
Gonguila alegre, divertido, carnavalesco,
criou, administrou, comandou o bloco CAVALEIRO DOS MONTES. Todo ano desfilava a
frente do bloco arrastando multidão com orquestra de frevo. A moçada caía no
passo. Bloco de carnaval era nivelador da sociedade, atrás do bloco misturavam-se
pedreiros, engenheiros, médicos, enfermeiros, desocupados, prostitutas e
soldados.
O Negão morava na Ponta Grossa, líder
nato, respeitado. Na época não havia associação de moradores, nem interesse
escuso por parte desses homens abnegados, queriam apenas a sobrevivência de sua
comunidade.
Na eleição de 1950, Theobaldo Barbosa,
assessor de Arnon de Mello, comunicou ao chefe, candidato a governador, havia
feito contato com um cabo eleitoral de muita ascendência sobre a comunidade da
Ponta Grossa. Arnon se dispôs a visitá-lo. O encontro foi marcado às 20 horas
num velho galpão.
Na hora exata, Arnon e Theobaldo
desceram do carro, o galpão apinhado de gente para ouvir o candidato. Arnon ao ver a figura do líder negro de lábios
grossos, nariz chato, perguntou em voz baixa para Theobaldo o nome do cidadão. Theobaldo
cochichou no ouvido de Arnon: GONGUILA!
Arnon ouviu mal. O sorridente Gonguila achegou-se ao candidato,
estendeu-lhe a mão dando “BOA NOITE”. Arnon ofereceu também a mão num
respeitável cumprimento, dizendo: “BOA NOITE, Seu GORILA”. Gonguila retrucou firme:
GORILA NÃO DOUTOR ARNON! MEU NOME É GONGUILA! RÁS GONGUILA. Alguém soltou uma
gargalhada, quebrou o gelo. Arnon desculpou-se, deu um abraço forte no Negão,
conversou com os catadores de sururu, catou os votos. Teve excelente votação na
Ponta Grossa, reduto do inimigo, Silvestre Péricles, ganhou a eleição, foi
governador.
Políticos durante campanha
eleitoral procuravam Gonguila. Candidatos a vereador, prefeito, deputado, até
presidente, disputavam seu apoio. Na campanha de presidente houve um comício na
Ponta Grossa pró Getúlio Vargas perto do cine Lux. Todos em cima de um caminhão,
o som, um enorme microfone com raio de ação máxima de uma rua. Vários oradores,
brilhantes políticos alagoanos compareceram para discursar. Alguns candidatos a
deputado aproveitavam em busca dos votos daquele populoso bairro. Certa hora anunciaram
o líder comunitário da Ponta Grossa, Rás Gonguila, entregaram o microfone ao
Negão. Ele não se fez de rogado, arrochou a voz:
- Amigos da Ponta Grossa, O Doutor
Getúlio é um homem que trabalhou para o povo, para os trabalhadores do Brasil.
Getúlio é o maior brasileiro vivo, merece
nosso voto...
Um bêbado, colega de copo de
Gonguila, assistia ao comício embaixo da carroceria. Impressionado com tantos
elogios ao Dr. Getúlio, gritou debochado, gozando o amigo:
- Dá a ele, Gonguila!!!!!!
Gonguila parou sua fala, olhou para
baixo, identificou o bêbado, apontou o dedo para o amigo, gritou ao microfone:
- Como o seu, e o dele!!!!
Gargalhada geral. Getúlio ganhou a
eleição, aliás, todo candidato apoiado pelo Nêgão ganhava na Ponta Grossa.
Apesar de analfabeto, preto, pobre, impunha
respeito, um líder nato, um Rei, um Rás, cheio de amor à cidade. Os nomes dos
figurões daquela época estão nas placas de ruas, colégios, praças. O nome de
Gonguila ficou na lembrança oral e nos corações dos amantes dessa terra.
sábado, 29 de setembro de 2012
SOBRE A CARTA A RUI PALMEIRA por Ricardo Peixoto
Meu caro Lelé,
Recebi a mensagem de Carlito, contendo a carta feita para nosso futuro Prefeito - Rui Palmeira e gostei demais, tanto é que já tinha enviado para ele (Carlito) o texto que lhe remeto a seguir.
Abraços,
Ricardão
Grande Capita,
A emoção do saudosismo lhe proporcionou sua grande inspiração em fazer esta carta ao nosso futuro Prefeito de Maceió.
Realmente, para todos nós, da Velha Guarda Carnavalesca na qual também estão incluídos o nosso amigo Guilherme Palmeira e seus irmãos, pai e tios de Rui, temos a obrigação de resgatar os festejos de Carnaval para nossa Maceió, honrando as grandes tradições, conforme você muito bem relata, com riqueza de detalhes.
Aproveito para lhe contar um fato que se sucedeu numa homenagem aos 80 anos de Claudeonor Germano, pernambucano de nascimento e alagoano de coração, um dos maiores ícones do Carnaval de Maceió, onde animava as festas do nossos clubes, especialmente os da Fênix :
conversando comigo, me revelou com lágrimas nos olhos , que gostava tanto do Carnaval de Alagoas, que mudou parte da letra da música É DE FAZER CHORAR - feita por Capiba, grande compositor de frevos, onde originalmente dizia " Quem é de fato bom Pernambucano, espera o ano ......" e êle (Claudianor) mudava, para QUEM É DE FATO BOM ALAGOANO , espera o ano......" , para delírio de todos os foliões.
Aqui fico me colocando a disposição para abraçar esta merecidíssima causa e lhe parabenizo pela grande iniciativa em dar início ao assunto, importantíssimo para todos os alagoanos.
Grande abraço,
Ricardo Peixoto
28/09/2012
Recebi a mensagem de Carlito, contendo a carta feita para nosso futuro Prefeito - Rui Palmeira e gostei demais, tanto é que já tinha enviado para ele (Carlito) o texto que lhe remeto a seguir.
Abraços,
Ricardão
Grande Capita,
A emoção do saudosismo lhe proporcionou sua grande inspiração em fazer esta carta ao nosso futuro Prefeito de Maceió.
Realmente, para todos nós, da Velha Guarda Carnavalesca na qual também estão incluídos o nosso amigo Guilherme Palmeira e seus irmãos, pai e tios de Rui, temos a obrigação de resgatar os festejos de Carnaval para nossa Maceió, honrando as grandes tradições, conforme você muito bem relata, com riqueza de detalhes.
Aproveito para lhe contar um fato que se sucedeu numa homenagem aos 80 anos de Claudeonor Germano, pernambucano de nascimento e alagoano de coração, um dos maiores ícones do Carnaval de Maceió, onde animava as festas do nossos clubes, especialmente os da Fênix :
conversando comigo, me revelou com lágrimas nos olhos , que gostava tanto do Carnaval de Alagoas, que mudou parte da letra da música É DE FAZER CHORAR - feita por Capiba, grande compositor de frevos, onde originalmente dizia " Quem é de fato bom Pernambucano, espera o ano ......" e êle (Claudianor) mudava, para QUEM É DE FATO BOM ALAGOANO , espera o ano......" , para delírio de todos os foliões.
Aqui fico me colocando a disposição para abraçar esta merecidíssima causa e lhe parabenizo pela grande iniciativa em dar início ao assunto, importantíssimo para todos os alagoanos.
Grande abraço,
Ricardo Peixoto
28/09/2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
CARTA A RUI PALMEIRA por Carlito
Não
tenho dúvida, no dia 1º de janeiro de 2013 tomará posse na Prefeitura de Maceió
um jovem idealista, decente, honesto, de linhagem familiar dedicada à comunidade
alagoana. A querida e bela capital estará em boas mãos.
Sei
que a prioridade hoje é educação, saúde e segurança, entretanto, a cultura está
incorporada às necessidades fundamentais do homem. Fiquei feliz por seu
comprometimento com nossa cultura popular, ela ainda depende da vontade
política dos governantes para sobreviver.
Porém
meu caro Rui, o tema desta carta é o término da maior manifestação cultural de
nosso povo. Alguns criminosos acabaram em Maceió com o direito à alegria, o
direito à fantasia, o direito aos dias de folia que se chama carnaval.
Alegando
que turistas visitam nossa cidade por não ter carnaval, simplesmente acabaram
com o carnaval. Inventaram esse argumento esdrúxulo, equivocado, uma violência
contra a população, contrariando o Estatuto do Homem em seu art. VII: “Fica estabelecido que a alegria seja uma
bandeira generosa para sempre desfraldada
na alma do povo.” Em Maceió cassaram o Rei Momo. Roubaram a alma do povo.
Durante
o último carnaval fiz uma pesquisa aleatória perguntando a um e outro turista
se tinha vindo a Maceió pelo fato de não haver carnaval na cidade. Todos
responderam, vieram pela beleza das praias, gostariam até de olhar algum
movimento do carnaval. A cidade deserta, os restaurantes vazios, os ambulantes
não venderam sequer para pagar o gelo.
Outro
argumento de um coveiro do carnaval, “Maceió tem prévia carnavalesca animada,
não precisa carnaval.” De fato na semana anterior é organizado um desfile de blocos
em Jaraguá. Sábado pela manhã o grande desfile do Pinto da Madrugada na orla. Ótimo!
Não queremos acabar a prévia, queremos até melhorá-la, robustecê-la, entretanto,
não aceitamos ficar sem carnaval nos dias de carnaval. Esse ano um gestor
público declarou na televisão: ”Não existe tradição carnavalesca em Maceió”. Fiquei
indignado, irado. O Moleque Namorador, Rás Gonguila, Maestro Passinha, Edécio
Lopes, Major Bonifácio, Marcial Lima, tremeram no túmulo.
O carnaval começava 15 dias antes com a Maratona
Carnavalesca todas as noites na Rua do Comércio, orquestras de frevo em cada
esquina, o corso com carros abertos, a moçada caía no passo. Domingo antes do
carnaval, o banho de mar à fantasia animado com blocos de frevo, fantasias, troças
e críticas. No sábado de Zé Pereira o belo desfile das Escolas de Samba. Todas
as noites no Comercio o frevo alegrava os corações dos foliões, as festas nos
clubes só terminavam com um mergulho no mar ao som do Vassourinha e o sol
raiando. Nossa cultura carnavalesca tem história. Exigimos respeito.
Na verdade, os coveiros do carnaval de Maceió
estão se lixando para o povo. A elite egoísta pensa que Maceió é a Ponta Verde.
Eles brincam o carnaval em suas mansões na Barra de São Miguel, no Recife, Salvador
ou Rio.
Ano
passado houve uma tentativa da comunidade, o radialista Miguel Torres da Rádio
Jovem Pan reuniu figuras carnavalescas, aconteceram algumas reuniões, entretanto,
nosso carnaval continuou uma tristeza.
Por
isso amigo Rui, em nome dos que amam essa cidade, pedimos veementemente, não
deixe acabar nosso carnaval. Não queremos, nem poderá ser igual ao passado, existirá
uma fórmula a ser encontrada.
É de fazer chorar ver nossa bela Maceió
abandonada, deserta durante o carnaval, sem blocos de frevos nas ruas, sem
batidas de bombo, ninguém passa mais sorrindo e cantando cantigas de amor.
Caro
Rui a ressurreição da maior manifestação cultural do nosso povo depende de sua
vontade. Aposto também no aquecimento da economia, o comércio carnavalesco gera
emprego e renda. Durante o carnaval mais de 100 mil maceioenses, pobres e
ricos, viajam em busca da alegria roubada, a evasão de divisas é incalculável. Não será difícil encontrar patrocínio se for
um projeto sério. Carnaval é coisa séria. Aqui fico torcendo pelo amigo.
Abraço
em Guilherme e Suzana.
Do velho folião.
Carlito Lima
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
FOTOS DO ENCONTRO DE 14-SET-12
FOTOS DE HELIO FONTES E LELÉ - Foram distribuidos por mim refrigerantes GRAPETTE
compareceram: PAULO, PETRUCIO, BETUCA, HELIO FONTES, HELVIO, LELÉ, CUCA, EURICO e GUILHERME
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