Pedro da Costa Rego foi Governador das Alagoas na época da Velha República. Austero, elegante, inteligente, duro em suas ações e cobranças administrativas. Era um homem rigoroso, mas sensível, gostava de ter e fazer as coisas finas, música, teatro, inclusive viajar.
Em uma dessas longas viagens, conheceu Mademoiselle Sigaud, bonita artista cheia de charme e de salamaleques. A francesa impressionou nosso Governador, que a convidou para visitar Alagoas. Mlle.Sigaud adorou o mar de Maceió. Ficou estabelecida de cama e mesa na Rua Silvério Jorge 290, bem perto da praia da Avenida da Paz, onde pelas manhãs tomava seu banho salgado, como se chamava o banho-de-mar naquela época.
No dia 15 de dezembro de 1926, segundo ano de governo, o Governador dirigiu-se ao casarão da Rua Silvério Jorge, onde esperava sua amiga Mlle. Sigaud. Após um belo jantar, ficou a ouvir piano, ouvir Mozart, fumar charuto. Recebeu seu amigo Adalberto Marroquim para conversas sobre política, administração e coisas da vida; sentados tomando fresca na varanda do casarão.
Mal sabia o Governador que Severino, um dos seus guardas, havia sorrateiramente entrado no quintal da casa vizinha e se posicionado numa mangueira mais próxima, sentado em um tronco, de onde se avistava o governador conversando com seu amigo. Estava ali para matá-lo; contratado por um inimigo político.
Quando Severino resolveu dar o tiro fatal com seu fuzil, se moveu, balançou alguns galhos, o movimento brusco despertou a atenção dos gansos da casa do vizinho (Dr. Ezequias da Rocha - depois Senador da República). Os gansos correram fazendo maior zoada com cantorias e trinados, como de estivessem dando um alarme. A cantoria dos gansos chamou a atenção de todos da casa da francesa. Os guardas correram, viram e reconheceram Severino quando se evadia. Fugiu na escuridão da noite.
“Mais uma vez os gansos salvaram a humanidade. A primeira no Capitólio de Roma, agora, na Rua Silvério Jorge.” Gozaram os intelectuais e boêmios no Bar Colombo, na Rua do Comércio.
Severino foi preso. O atentado teve uma enorme repercussão no Estado e em todo o país. Várias manifestações de apoio a Costa Rego foram realizadas
No dia 23 de dezembro, uma enorme concentração fez um desagravo defronte a Catedral e na Praça dos Martírios. Uma multidão ouviu discursos, iniciado pelo presidente da Academia Alagoana de Letras, Demócrito Gracindo (pai do ator Paulo Gracindo) que emocionado esbravejou: “Não é a boca de ouro da lisonja, nem mesmo a palavra inflamada da paixão partidária que ouvis; é o comércio que paga imposto, o operário humilde que não aprendeu a mentir, o pescador indômito...” O povo na praça delirava.
Na terça-feira (28) houve a reconstituição do crime. Compareceram além das autoridades, jornais de todo o Brasil e internacionais. Assistiram como convidados, o Dr. Ezequias da Rocha e todos os vizinhos que se concentraram na casa da amiga do Governador na Rua Silvério Jorge 290. O casarão tornou-se famoso, entrou para a história política e da fofoca.
Passaram-se alguns anos, até que certo dia, o Capitão Mário Lima, do Exército Brasileiro, casado com Dona Zeca, pai de dois filhos Rosita e Betuca, alugou essa casa e posteriormente a comprou. Dona Zeca, numa linda manhã de sol, no dia 27 de fevereiro de 1940, deu à luz ao terceiro filho, uma sorridente, corada e encantadora criança. Assim eu nasci na famosa casa, onde morei minha infância, juventude e grande parte de minha vida.
Fui concebido, gerado, parido, criado, com muito orgulho, com muito amor, na casa da amiga francesa do Governador, na Rua Silvério Jorge 290, bairro boêmio de Jaraguá, cidade de Nossa Senhora dos Prazeres, a bela Maceió.
Em uma dessas longas viagens, conheceu Mademoiselle Sigaud, bonita artista cheia de charme e de salamaleques. A francesa impressionou nosso Governador, que a convidou para visitar Alagoas. Mlle.Sigaud adorou o mar de Maceió. Ficou estabelecida de cama e mesa na Rua Silvério Jorge 290, bem perto da praia da Avenida da Paz, onde pelas manhãs tomava seu banho salgado, como se chamava o banho-de-mar naquela época.
No dia 15 de dezembro de 1926, segundo ano de governo, o Governador dirigiu-se ao casarão da Rua Silvério Jorge, onde esperava sua amiga Mlle. Sigaud. Após um belo jantar, ficou a ouvir piano, ouvir Mozart, fumar charuto. Recebeu seu amigo Adalberto Marroquim para conversas sobre política, administração e coisas da vida; sentados tomando fresca na varanda do casarão.
Mal sabia o Governador que Severino, um dos seus guardas, havia sorrateiramente entrado no quintal da casa vizinha e se posicionado numa mangueira mais próxima, sentado em um tronco, de onde se avistava o governador conversando com seu amigo. Estava ali para matá-lo; contratado por um inimigo político.
Quando Severino resolveu dar o tiro fatal com seu fuzil, se moveu, balançou alguns galhos, o movimento brusco despertou a atenção dos gansos da casa do vizinho (Dr. Ezequias da Rocha - depois Senador da República). Os gansos correram fazendo maior zoada com cantorias e trinados, como de estivessem dando um alarme. A cantoria dos gansos chamou a atenção de todos da casa da francesa. Os guardas correram, viram e reconheceram Severino quando se evadia. Fugiu na escuridão da noite.
“Mais uma vez os gansos salvaram a humanidade. A primeira no Capitólio de Roma, agora, na Rua Silvério Jorge.” Gozaram os intelectuais e boêmios no Bar Colombo, na Rua do Comércio.
Severino foi preso. O atentado teve uma enorme repercussão no Estado e em todo o país. Várias manifestações de apoio a Costa Rego foram realizadas
No dia 23 de dezembro, uma enorme concentração fez um desagravo defronte a Catedral e na Praça dos Martírios. Uma multidão ouviu discursos, iniciado pelo presidente da Academia Alagoana de Letras, Demócrito Gracindo (pai do ator Paulo Gracindo) que emocionado esbravejou: “Não é a boca de ouro da lisonja, nem mesmo a palavra inflamada da paixão partidária que ouvis; é o comércio que paga imposto, o operário humilde que não aprendeu a mentir, o pescador indômito...” O povo na praça delirava.
Na terça-feira (28) houve a reconstituição do crime. Compareceram além das autoridades, jornais de todo o Brasil e internacionais. Assistiram como convidados, o Dr. Ezequias da Rocha e todos os vizinhos que se concentraram na casa da amiga do Governador na Rua Silvério Jorge 290. O casarão tornou-se famoso, entrou para a história política e da fofoca.
Passaram-se alguns anos, até que certo dia, o Capitão Mário Lima, do Exército Brasileiro, casado com Dona Zeca, pai de dois filhos Rosita e Betuca, alugou essa casa e posteriormente a comprou. Dona Zeca, numa linda manhã de sol, no dia 27 de fevereiro de 1940, deu à luz ao terceiro filho, uma sorridente, corada e encantadora criança. Assim eu nasci na famosa casa, onde morei minha infância, juventude e grande parte de minha vida.
Fui concebido, gerado, parido, criado, com muito orgulho, com muito amor, na casa da amiga francesa do Governador, na Rua Silvério Jorge 290, bairro boêmio de Jaraguá, cidade de Nossa Senhora dos Prazeres, a bela Maceió.