sábado, 29 de setembro de 2012

SOBRE A CARTA A RUI PALMEIRA por Ricardo Peixoto

Meu caro Lelé,

Recebi a mensagem de Carlito, contendo a carta feita para nosso futuro Prefeito  -  Rui Palmeira  e  gostei demais, tanto é que já tinha enviado para ele  (Carlito) o texto que lhe remeto a seguir.

Abraços,

Ricardão




Grande Capita,

A emoção do saudosismo lhe proporcionou  sua grande inspiração em fazer esta carta ao nosso futuro Prefeito de Maceió.
Realmente, para todos nós, da Velha Guarda Carnavalesca na qual também estão incluídos o nosso amigo Guilherme Palmeira e seus irmãos, pai e tios de Rui, temos a obrigação de resgatar os festejos de Carnaval para nossa Maceió, honrando as grandes tradições, conforme você muito bem relata, com riqueza de detalhes.
Aproveito para lhe contar um fato que se sucedeu numa homenagem aos 80 anos de Claudeonor Germano, pernambucano de nascimento e alagoano de coração, um dos maiores ícones do Carnaval de Maceió, onde animava as festas do nossos clubes, especialmente os da Fênix :
conversando comigo, me revelou com lágrimas nos olhos , que gostava tanto do Carnaval de Alagoas, que mudou parte da letra da música É DE FAZER CHORAR - feita por Capiba, grande compositor de frevos, onde originalmente dizia  " Quem é de fato bom Pernambucano, espera o ano ......" e êle (Claudianor) mudava,  para QUEM É DE FATO BOM ALAGOANO , espera o ano......" , para delírio de todos os foliões.
Aqui fico me colocando a disposição para abraçar esta merecidíssima causa e lhe parabenizo pela grande iniciativa em dar início ao assunto, importantíssimo para todos os alagoanos.

Grande abraço,

Ricardo Peixoto

28/09/2012

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

CARTA A RUI PALMEIRA por Carlito



Não tenho dúvida, no dia 1º de janeiro de 2013 tomará posse na Prefeitura de Maceió um jovem idealista, decente, honesto, de linhagem familiar dedicada à comunidade alagoana. A querida e bela capital estará em boas mãos.

Sei que a prioridade hoje é educação, saúde e segurança, entretanto, a cultura está incorporada às necessidades fundamentais do homem. Fiquei feliz por seu comprometimento com nossa cultura popular, ela ainda depende da vontade política dos governantes para sobreviver.

Porém meu caro Rui, o tema desta carta é o término da maior manifestação cultural de nosso povo. Alguns criminosos acabaram em Maceió com o direito à alegria, o direito à fantasia, o direito aos dias de folia que se chama carnaval.

Alegando que turistas visitam nossa cidade por não ter carnaval, simplesmente acabaram com o carnaval. Inventaram esse argumento esdrúxulo, equivocado, uma violência contra a população, contrariando o Estatuto do Homem em seu art. VII: “Fica estabelecido que a alegria seja uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.” Em Maceió cassaram o Rei Momo. Roubaram a alma do povo.

Durante o último carnaval fiz uma pesquisa aleatória perguntando a um e outro turista se tinha vindo a Maceió pelo fato de não haver carnaval na cidade. Todos responderam, vieram pela beleza das praias, gostariam até de olhar algum movimento do carnaval. A cidade deserta, os restaurantes vazios, os ambulantes não venderam sequer para pagar o gelo. 

Outro argumento de um coveiro do carnaval, “Maceió tem prévia carnavalesca animada, não precisa carnaval.” De fato na semana anterior é organizado um desfile de blocos em Jaraguá. Sábado pela manhã o grande desfile do Pinto da Madrugada na orla. Ótimo! Não queremos acabar a prévia, queremos até melhorá-la, robustecê-la, entretanto, não aceitamos ficar sem carnaval nos dias de carnaval. Esse ano um gestor público declarou na televisão: ”Não existe tradição carnavalesca em Maceió”. Fiquei indignado, irado. O Moleque Namorador, Rás Gonguila, Maestro Passinha, Edécio Lopes, Major Bonifácio, Marcial Lima, tremeram no túmulo. 

      O carnaval começava 15 dias antes com a Maratona Carnavalesca todas as noites na Rua do Comércio, orquestras de frevo em cada esquina, o corso com carros abertos, a moçada caía no passo. Domingo antes do carnaval, o banho de mar à fantasia animado com blocos de frevo, fantasias, troças e críticas. No sábado de Zé Pereira o belo desfile das Escolas de Samba. Todas as noites no Comercio o frevo alegrava os corações dos foliões, as festas nos clubes só terminavam com um mergulho no mar ao som do Vassourinha e o sol raiando. Nossa cultura carnavalesca tem história. Exigimos respeito. 

 Na verdade, os coveiros do carnaval de Maceió estão se lixando para o povo. A elite egoísta pensa que Maceió é a Ponta Verde. Eles brincam o carnaval em suas mansões na Barra de São Miguel, no Recife, Salvador ou Rio.

Ano passado houve uma tentativa da comunidade, o radialista Miguel Torres da Rádio Jovem Pan reuniu figuras carnavalescas, aconteceram algumas reuniões, entretanto, nosso carnaval continuou uma tristeza. 

Por isso amigo Rui, em nome dos que amam essa cidade, pedimos veementemente, não deixe acabar nosso carnaval. Não queremos, nem poderá ser igual ao passado, existirá uma fórmula a ser encontrada.

 É de fazer chorar ver nossa bela Maceió abandonada, deserta durante o carnaval, sem blocos de frevos nas ruas, sem batidas de bombo, ninguém passa mais sorrindo e cantando cantigas de amor. 

Caro Rui a ressurreição da maior manifestação cultural do nosso povo depende de sua vontade. Aposto também no aquecimento da economia, o comércio carnavalesco gera emprego e renda. Durante o carnaval mais de 100 mil maceioenses, pobres e ricos, viajam em busca da alegria roubada, a evasão de divisas é incalculável.  Não será difícil encontrar patrocínio se for um projeto sério. Carnaval é coisa séria. Aqui fico torcendo pelo amigo. 
Abraço em Guilherme e Suzana. 
Do velho folião. 
 Carlito Lima

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

FOTOS DO ENCONTRO DE 14-SET-12





FOTOS DE HELIO FONTES E LELÉ - Foram distribuidos por mim   refrigerantes GRAPETTE
compareceram: PAULO, PETRUCIO, BETUCA, HELIO FONTES, HELVIO, LELÉ, CUCA, EURICO e GUILHERME

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

VERA X QUICO 59+11=70² por Paulo Ramalho



Quico o décimo primeiro e último dos filhos de Benedita e Luiz Ramalho.
Com Suzel nossa queria irmã aqui presente, nossa querida e saudosa mãe iniciou a prole aos dezoito anos de idade, e encerrou aos trinta e oito.
Tivemos eu e Quico uma infância, adolescência e juventude bem próximos, pois fui o décimo.
Nossa infância na Avenida da Paz e em União dos Palmares, terra de nossa querida e inesquecível mãe, na Fazenda Fundão, onde moravam nossos queridos e também inesquecíveis tios avos Helena e João, ele irmão de nossa avo materna e ela irmã da avo materna de Vera.
Foi nessa Fazenda, em nossa infância, que nos conhecemos.
Hoje Vera e Quico formam um casal feliz que vivem há onze anos sob o mesmo teto.
Que Deus os façam sempre felizes.
Falar das peripécias de Quico seria prolongar essa festa por alguns dias.
Mas vejam com são as coisas, nossos tios Helena e João deram-me um cão que chamávamos de Barulho, era mestiço, mas de grande porte e bastante valente, tanto é que quando nos saíamos a pé ou a cavalo ele nos acompanhava e nossos tios ficavam tranqüilos, porque ai de quem se atrevesse a encostar em nos.
Mas Quico sempre reclamando que eu tinha um cão e ele não.
Por ironia do destino nossos tios deram a ele uma cadela que atendia pelo nome de Garota.
Existem inúmeras histórias desse período de nossa infância.
Estava se aproximando o tempo de pensar em faculdade e ele disse que queria estuda engenharia no Recife, apesar de que alguns parentes duvidarem da vitória.
Virou C.D.F. passou e bem no vestibular e hoje é sem sombra de dúvida um grande Engenheiro de Minas.
Fomos a sua formatura no Recife, na hora da entrega do diploma no Teatro Santa Izabel, nossos pais perderam a hora, engarrafados no trânsito, e eu tive que acompanhá-lo.
Havia naquela época no Recife, a tradição de quando o formando subia ao palco para receber o diploma, da geral gritavam o seu apelido.
Quase que volto, porque gritaram pausadamente Qui-cu- zinho.
Esse fato me fez lembrar uma época em que morávamos na Ladeira do Brito, defronte a casa de nossa tia Lú, irmã de nossa mãe, na casa onde hoje é a Casa da Palavra.
Ele havia chagado de Recife e nos encontramos na noitada, ele disse que estava cansado e pediu a chave da casa.
Diversas vezes nos encontrávamos nas noitadas, ele estudante liso e eu apesar de fazer faculdade trabalhava num banco e tinha não muito mas um pouco de dinheiro, dividia com ele o que tinha na carteira.
Mas voltemos ao caso da chave, quando cheguei em casa começou a novela, eu chamava Quico, Quico e nada, de tanto chamar já estava dizendo Qui-cu, Qui-cu.
Estávamos nos arrumando em nossa casa na Avenida da Paz, nº 1200, para irmos ao baile infantil no Clube Fenix, eu, Petrúcio e Quico, em pleno carnaval, nossa Mãe entregou logo um lança perfume Rodoro a cada um de nós.
Este fato já contei nos setenta anos de nosso irmão Petrúcio, comemorado em Salvador, no salão de festa do edifício em que mora nossa querida irmã Suzel, chamada carinhosamente de Dé.


Petrúcio danou-se a tomar porre no nosso quarto de vestir, rodopiou e bateu com tanta força com a perna na cômoda que havia no quarto, que nossa Mãe foi olhar o que tinha acontecido, encontrou Petrúcio com o lança perfume na mão, os olhos revirados ainda meio desacordado , tomou o lança perfume e disse não vai mais a festa.

Então eu disse Quico vamos nos aprontar o mais rápido possível e ir embora, quando estávamos prontos para sair, Petrúcio voltou a si e disse eles também tomam, nossa Mãe tomou os nossos lança perfume e disse acabou-se a festa.
Entrou pela perna do pinto e saiu pela perna do pato o Sr. Rei mandou dizer que Carlito contasse umas quatro.
Obrigado pela paciência de terem me ouvido, beijo no coração de todos e fiquem com Deus.
Aos queridos aniversariantes meus beijos , abraços e votos de que continuem muito felizes e permaneçam dom Deus.
Beijos.
Paulo 08/09/2012